Assembleia Ordinária

A Assembleia Ordinária é um projecto de curadoria conjunta, encetado por Ana Carvalho, Ana Dinger e José Roseira em 2021, que pretende promover práticas de encontro e de partilha, convergência e divergência, de participação e conversação, constituindo-se como um espaço público de subjectivação política. Dando visibilidade a propostas artísticas que atravessam, congregam ou se inscrevem em diversas disciplinas, a A.O. propõe a criação de um programa reflexivo e meta-reflexivo sobre modos de pensar, modos de fazer e modos de reactivar. A A.O. convoca discursos e propostas artísticas para pensar sobre, mas sobretudo com elas as relações que estabelecem com a coisa pública através dos universos que inauguram, assim como as respectivas estratégias de criação e apresentação. Tendo como preocupação as mútuas e múltiplas implicações entre pensar e fazer, fazer e reactivar, reactivar e pensar - alicerces da construção de um espaço que assume o acto de devir público como consequência -, a A.O. procura ser um lugar (do) comum: um lugar agregador, de encanto, desencanto e reencanto pelos processos do sentir-pensar-fazer artístico. Uma assembleia que reivindica o espaço ou esfera pública da arte para alimentar a sua potência de transformação. Em 2023, a A.O. foi integrada num programa maior: a Editoria, projecto sediado na Rua Sá da Bandeira, no Porto.

As imagens anteriores são da segunda assembleia, ainda em modo itinerante, cuja anfitriã foi a Latoaria, em Lisboa. Esta iteração, em particular, resultou de uma mais vasta investigação, multifacetada e multidirecional, sobre noções de arquivo e memória e dos modos como estão imbricadas em configurações e reconfigurações da esfera pública. Foi em torno da obra de Pina Bausch, com uma proposta que procurou distanciar-se do que é habitualmente tratado e exposto para ocupar os lugares-satélite ditados pelas deslocações da memória. Procurou sair do centro — do que é sobre a Pina Bausch — para habitar as periferias e ramificações — que manifestações com Pina Bausch? Que relações são possíveis com o que resta? A conversação foi, porque o é, na Assembleia Ordinária, o modo privilegiado desta convocação-reativação: duas performances conversaram com o mundo de Pina Bausch e entre si, seguidas de uma conversa entre quem se juntou na Latoaria. Falámos, entre outras coisas, de como o corpo se torna arquivo e o arquivo corpo, dos rastos, dos restos, da latência, das (re)emergências, da rememoração. E de amor, como não poderia deixar de ser.

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